No dia 21, segunda-feira, como tenho feito nos últimos meses, pelo menos uma vez por semana, fiz uma pequena viagem a trabalho para atender uma cliente de Consultoria em Plano de Negócio. Sua empresa está localizada em uma cidade da baixada fluminense, mais precisamente em Nova Iguaçu.
Para realizar essa atividade, normalmente levo uma hora e meia para chegar na fábrica, pela manhã e, no final da tarde, cerca de duas horas para voltar pra casa. Às vezes, em função do trânsito na Via Dutra, Linha Vermelha e Linha Amarela, um pouco mais que isso. Tráfego intenso e obras na pista são a rotina nesse trecho, e é preciso ter paciência.
O trabalho em si é sempre prazeroso e o pagamento é justo. Faço o que gosto de fazer: apoiar minha cliente no desenvolvimento de seus negócios. Sinto-me sempre bem recebido e acolhido e sou tratado com atenção e respeito. Almoço com a equipe gerencial, em clima sempre descontraído, e conversamos sobre trabalho, sem perder o bom humor, pela manhã e à tarde. Nenhuma queixa sobre isso.
Meu maior desafio é aproveitar, da melhor maneira possível, esses intervalos de deslocamento no trânsito.
Tenho sintonizado brevemente a Rádio CBN, buscando principalmente informações sobre o trânsito, com o reporter aéreo, e as principais notícias do dia. E reservo, também, bastante tempo para fugir da sequência de péssimas notícias que parace ocupar a maior parte do noticiário dos meios de comunicação, e não apenas do rádio. Nesse ambiente de escassez de divulgação de coisas boas, faço minha própria “Dieta de Notícias”. Rádio em silêncio e fico só com meus pensamentos. E foco no que me interessa. Minha mente esvoaça um pouco pelo passado e pelo futuro. E procuro mantê-la, o maior tempo possível, no momento presente, no aqui e agora, no simples ato de dirigir e na sensação de estar vivo e ser agradecido por isso.
Já que a leitura de livros de verdade é incompatível com a direção responsável, e nenhum motorista que tenha juízo deveria fazê-lo, pretendo comprar alguns Áudio Livros para saciar a minha necessidade de conhecimento. Às vezes, em engarrafamentos prolongados, sinto uma enorme sensação de perda de tempo. Esse será o próximo passo para diversificar o meu cardápio de atividades disponíveis, para quando estiver confinado nessas bolhas de isolamento com rodas que são os nossos automóveis.
Felizmente, levo sempre comigo parte da trilha sonora da minha vida. Alguns poucos CD que participam de um esquema de rodízio e um IPod. Este último, com capacidade de centenas de horas de reprodução. Música instrumental, Rock Progressivo (algumas bandas italianas dos anos 70 são espetaculares), Jazz e Bossa Nova. Beatles e Tom Jobim, é claro, não podem faltar.
Em alguns momentos de angustia e desepero, só Jobin salva!
Sou grato por isso!
Eduardo Leal
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