No dia 17/03, domingo, dia de descanso e lazer, pude dedicar bastante tempo a uma de minhas atividades preferidas: ler bons livros. O tempo estava ótimo durante a manhã e início da tarde e aproveitei a bela vista das árvores e das nuvens e a brisa que normalmente encontro na varanda, nos intervalos da leitura. Choveu forte no final da tarde e noite.
Dei continuidade à leitura detalhada de “Zen no trabalho”, reiniciado na semana passada e consultei eventualmente “A Lua numa gota de orvalho” com os escritos do mestre Dogen, quando citado por Les Kaye, na leitura anterior. Minha atenção foi despertada por um dos poemas de Dogen:
Sobre a não-dependência da mente
Aves aquáticas
vão e vem.
Seus rastros desaparecem,
mas elas jamais
esquecem seu curso.
Durante minhas reflexões e meditação matinal, tenho visto da varanda, com frequência, aves aquáticas em formação. Voam em pequenos grupos ou solitárias, cruzando o céu do Jardim Oceânico. Já fui surpreendido, pelo menos uma vez, por um pensamento com a métrica do haicai:
às vezes penso:
ave com amnésia,
fico sem rumo…
Mas isso dura só um segundo…
Sou grato por isso!
Eduardo Leal
Foto de Eduardo Leal